Frederico Morais defende que os guardas prisionais que sejam arguidos na operação policial desta quarta-feira sejam suspensos de funções e processo disciplinar.
O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) disse esta quarta-feira concordar "na integra" com a ministra da Justiça relativamente à suspensão e abertura de processos disciplinares a guardas que sejam constituídos arguidos por crimes.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do SNCGP, Frederico Morais subscreveu "em absoluto" as declarações da ministra Rita Alarcão Júdice que os guardas prisionais que sejam constituídos arguidos no âmbito da operação policial desta quarta-feira em várias prisões, por suspeitas de facilitarem a entrada de droga, vão ser suspensos de funções e alvo de processos disciplinares.
Frederico Morais disse que o sindicato "vai ainda mais longe" relativamente a esta questão, defendendo que os guardas prisionais constituídos arguidos por crimes cometidos no desempenho da profissão devem ser alvo de processos disciplinares e suspensos de funções até ao trânsito em julgado do processo (final do processo judicial).
A Polícia Judiciária (PJ) desmantelou esta quarta-feira um laboratório clandestino de produção de drogas que funcionava num apartamento em Lisboa, no decurso de uma operação que visou várias cadeias e que levou à detenção de 13 pessoas, das quais dois guardas prisionais suspeitos de introduzirem droga nas prisões.
Fonte da PJ disse à Lusa que o apartamento funcionava exclusivamente como laboratório.
Em causa na operação denominada "Mercado Negro" estão suspeitas da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de drogas, tráfico de substâncias e métodos proibidos, falsificação de documentos e branqueamento, e as buscas visaram os estabelecimentos prisionais de Lisboa, Alcoentre, Carregueira, Sintra e Funchal (Madeira).
Em declarações aos jornalistas em Évora, a ministra da Justiça elogiou a operação da Polícia Judiciária, considerando que foi "uma intervenção muito importante", e anunciou que os guardas prisionais vão ser suspensos e alvo de processos disciplinares.
"Se a droga é um flagelo, nas prisões é inaceitável. Estamos mesmo comprometidos e muito satisfeitos de ver a ação da PJ", afirmou, após a inauguração da ampliação do edifício da Unidade Local de Investigação Criminal (ULIC) desta polícia, em Évora.
A governante revelou ter a garantia da parte da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) de que "todos os visados que sejam constituídos arguidos serão imediatamente suspensos e objeto de um processo disciplinar".
"A droga nas cadeias é um tema que tem estado em cima da mesa e todos os dias lutamos contra essa realidade", assumiu.
Rita Alarcão Júdice disse que não confunde os guardas prisionais visados na operação com o Corpo da Guarda Prisional, mas admitiu que, a existirem elementos entre os suspeitos, "não é algo que deixe a ministra da Justiça orgulhosa".
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