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CORTE ILEGAL DE PINHEIRO AINDA É UM PROBLEMA

O problema existe, mas não é de todo o mais grave de quantos atingem a floresta portuguesa. Ambientalistas e Direcção-Geral de Florestas (DGF) admitem que, todos os anos por altura do Natal, há corte ilegal de pinheiros bravos, mas lembram que a situação já foi muito pior.

02 de novembro de 2002 às 00:01

“A tendência é para as pessoas usarem cada vez mais árvores sintéticas. Eu próprio há muitos anos que não tenho árvore natural. É todos os anos a mesma, de plástico”, afirma José Paulo Martins, presidente da associação ambientalista Quercus.

Vítor Louro, da DGF, concorda com a análise. “O recurso à árvore de plástico é cada vez mais frequente”, diz. Contudo, o problema subsiste. “Tradicionalmente, cortam-se árvores no Natal, mas acho que a situação já foi pior”, acrescenta.

O pinheiro bravo, espécie dominante na floresta portuguesa (31 por cento da mancha florestal em 1995), é o alvo preferido dos ‘caçadores’ de árvores de natal. Ainda assim, em dez anos, perdeu 25 por cento. “Mais por força dos incêndios e do crescimento do eucaliptal”, explica Vítor Louro.

Ou seja, e segundo José Paulo Martins, “o pinheiro bravo existe em quantidade exagerada”. A solução, esclarece, passa pelo abate tecnicamente controlado. “O Natal não é o fim da floresta portuguesa e não vejo problema se o abate dos pinheiros for controlado por téncicos.”

Um trabalho que, de acordo com Vítor Louro, tem vindo a ser feito nos últimos anos. “A nível da DGF, das direcções regionais de Agricultura e das autarquias já se disponibilizam árvores de Natal para que o impacto seja menor.”

De acordo com a Lei Portuguesa, o abate de árvores com diâmetro inferior a 7,5 cm exige a posse de uma licença especial. Mas a DGF não emite nenhuma há já algum tempo, como confirmou Vítor Louro. De resto, o abate de árvores sem autorização, seja em terreno público ou privado, é sempre ilegal. E pode por vezes ser perigoso, quando o desbaste é feito em zonas que precisam de renovação.

O negócio de produção específica de árvores de Natal é “praticamente inexistente em Portugal”, adianta Vítor Louro. “E poderia ser muito rentável...”. No fundo, trata-se de produzir pinheiro bravo e pícias (pinheiros do Norte da Europa) para vender em Dezembro. “Apesar desta lacuna, a verdade é que há importação destas espécies”, refere. Nos Estados Unidos da América, existe em cada estado uma associação de árvores de Natal, que garante o abastecimento anual às famílias.

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