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PJ tem 2 milhões para carros novos

A frota automóvel da Polícia Judiciária vai ser renovada ainda este ano. O director nacional, Alípio Ribeiro, revelou ao CM que espera poder aplicar “dois milhões de euros na aquisição de veículos”.

17 de abril de 2007 às 00:00

Alípio Ribeiro fala na aquisição de “largas centenas” de carros novos. Mas, na verdade, admite que não sabe quantos veículos pode adquirir com dois milhões de euros, pois depende dos preços. “Isso deve dar 150/200 veículos, depende do tipo de aquisição que fizermos”, explicou.

O CM fez as contas e concluiu que com dois milhões de euros a PJ poderá comprar 120 automóveis Hyundai Accent 1.4, com o valor de mercado de 16 660 euros. Se a PJ desejar, como é natural, um automóvel com mais potência e qualidade, por exemplo um Opel Vectra 1.6, com o valor actual no mercado de 28 580 euros, então só pode comprar 70 veículos. Caso opte pela marca BMW, o mais barato é o modelo 166i (29 400 euros). Nesse caso não poderá ir além dos 68 automóveis.

É claro que tudo depende do processo de negociação. Mas Alípio Ribeiro já está habituado a negociações e a regatear preços. E deu um exemplo: “Só quero dizer que nestes meses temos viajado mais e pago menos, porque regateamos preços. A PJ não compra à primeira.” Seja como for, considera que dois milhões de euros para aquisição de automóveis “é muito bom”.

Note-se que a PJ está a passar por um processo de reestruturação, reorganização e racionalização na distribuição de recursos. O processo prevê também o incremento da modernização dos meios técnicos e tecnológicos.

“Estamos muito empenhados na modernização dos meios da PJ, tanto ao nível da aquisição de material de laboratório como ao nível das telecomunicações”, garante Alípio Ribeiro, acrescentando: “E há uma ideia que está no horizonte: um polícia tem de ter uma arma, tem de ter um telemóvel e também um computador portátil. Quero ver se é possível dotar cada investigador com um portátil dentro de um ano.” No ano passado o número de elementos de investigação criminal totalizou 1378.

Para o director nacional da PJ, o computador portátil “dá outra mobilidade e outra consonância de trabalho”. E existe verba para isso? Alípio Ribeiro responde: “Vamos fazer o possível. Há meios para isso, poupando noutros lados. A PJ não está neste momento tão despojada de capacidade financeira que não possa, digamos, programar isso no prazo de um ano.”

A PJ tem para este ano um orçamento de 101 milhões de euros, o que, no entender do seu director nacional, “dá para alguma coisa”.

Em termos financeiros Alípio Ribeiro não está muito preocupado: “Temos um financiamento e uma capacidade que nos vai permitir trabalhar com alguma folga até ao fim do ano e, sobretudo, vai-nos dar capacidade de resposta às exigências da presidência portuguesa da União Europeia”.

MOEDA FALSA SAI DA DCICCEF

O director nacional da PJ, Alípio Ribeiro, revelou ao CM que os processos sobre moeda falsa vão sair da Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF). E isto devido a uma carga processual burocrática “muito significativa e completamente amorfa”. A DCICCEF vai dedicar-se apenas aos casos de corrupção.

- 2575 é o número total de efectivos no ano passado. Só em investigação criminal a PJ tinha 1378 efectivos, menos 73 do que em 2005. Para este ano prevê-se a entrada de mais 150 inspectores.

- 97,8 milhões de euros foi o orçamento suportado em 2006. Relativamente à actividade, foi com pessoal que ficou a maior fatia, cerca de 84,6 milhões de euros.

INSTITUIÇÃO: A PJ é uma instituição fundamental do Estado português que assegura os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.

COMPETÊNCIAS: Intervir em relação a crimes cuja complexidade ou gravidade exigem uma investigação com conhecimentos específicos e meios técnico--científicos.

ESTRUTURA: A implantação territorial da PJ compreende, para além da Directoria Nacional, quatro Directorias (Lisboa, Porto, Coimbra e Faro) e oito departamentos de investigação espalhados pelo País.

O EQUIPAMENTO DO INVESTIGADOR

O processo de reestrutura-ção da PJ passa por dotar o pessoal de investigação com mais meios tecnológicos. Uma arma, um telemóvel e um computador portátil são, no entender do director nacional, ferramentas imprescindíveis.

COMPUTADOR

Um portátil por cada investigador. Este é mais um investimento da PJ que deve rondar os mil euros por cada computador.

ARMA

É atribuída a cada investigador da PJ uma arma de 9mm de calibre. As três marcas mais usuais são a Glock, a Walter e a HK.

TELEMÓVEL

Cerca de cem euros é o preço médio de um telemóvel, por exemplo Nokia, que já possui um bom desempenho.

PERFIL

A maioria dos investigadores da PJ é do sexo masculino e está na faixa etária compreendida entre os 35 e os 40 anos. Mas nos últimos anos têm entrado mais mulheres para o cargo.

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