A Comissão Europeia (CE) quer que os maços de tabaco vendidos no território da União Europeia passem a ostentar fotografias chocantes que exemplifiquem claramente os efeitos que o acto de fumar pode ter no corpo humano para sustentar as frases que já são impressas nos pacotes. Foi com este objectivo que a CE aprovou ontem uma decisão que abre caminho a que a partir de 1 de Outubro de 2004 o uso destas imagens seja obrigatório.
Na base das novas medidas adoptadas ontem para reforçar a luta contra o tabagismo na União Europeia está a convicção de que "uma imagem vale mais que mil palavras". Para a Comissão Europeia, não chega dizer aos fumadores ou aos potenciais fumadores que "o tabaco pode provocar uma morte lenta e dolorosa", é preciso associar uma imagem que choque as pessoas e que as faça desistir desse hábito.
"Temos de encontrar novas e inovadoras maneiras de ilustrar a chocante verdade de que metade dos fumadores morrerão em consequência desse hábito" considerou o comissário europeu para a Saúde e Protecção do Consumidor, David Byrne, ao apresentar as medidas. Byrne adiantou que a Comissão vai criar uma base de dados com fotografias e outras imagens que "demonstrem de forma clara a realidade dos danos causados pelo acto de fumar".
Esta base de dados servirá para que os Estados- -membros escolham as imagens e os textos que querem utilizar nos maços de tabaco fabricados no seu território sem correrem o risco de escolherem fotografias que depois não possam circular no resto da União Europeia.
Além das fotografias, que ilustrarão as frases actualmente em uso, os maços de tabaco poderão, também, ostentar um número de telefone ou um endereço de internet no qual um fumador possa encontrar ajuda para deixar de fumar.
A decisão de imprimir fotografias nos maços de tabaco surgiu na sequência das sugestões apresentadas por vários Estados-membros e pelo Parlamento Europeu durante as negociações da Directiva referente ao tabaco, adoptada em 2001, que tornou obrigatório o uso dos avisos de saúde em pelo menos 30% da frente dos maços de cigarros e em 40% da parte de trás dos mesmos.
O uso de fotografias que ilustrem os malefícios do tabaco já é obrigatório no Brasil e no Canadá, onde tem ficado provado que esta medida tem mais impacto junto das pessoas que a inscrição de uma simples frase, por muito directa e chocante que esta possa ser.
No Brasil, as imagens acompanham os avisos de saúde desde há três anos e variam conforme as marcas de cigarros. As fotos variam, também, de periodicidade de modo a não criar habituação e reduzir o efeito de choque.
No início dos anos 90, a cidade de S. Paulo foi mesmo pioneira na proibição de fumar em qualquer local público fechado, como os transportes, os centros comerciais, os hospitais, as repartições públicas ou os cinemas. Inicialmente, os fumadores protestaram contra estas medidas que consideraram discriminatórias, mas hoje acabam por concordar que são necessárias. Os mais inveterados encontraram uma nova forma de diversão: os "fumódromos", ou seja, salas especialmente adaptadas para o efeito onde se encontram para fumarem sem problemas.
O tabagismo é a maior causa previsível e evitável de doenças e de mortes prematuras em todo o mundo. Quatro milhões de pessoas morrem anualmente devido a doenças relacionadas com o fumo, isto é uma morte a cada oito segundos. Em Portugal morrem 24 pessoas por dia devido a doenças provocadas pelo tabaco.
A partir do fim deste mês - e de acordo com a referida directiva comunitária sobre o tabaco, de 2001 - todos os maços de cigarros produzidos em Portugal têm de ostentar, em letras pretas sobre fundo branco, frases como "fumar mata", "os fumadores morrer prematuramente", "fumar provoca cancro do pulmão", "proteja as crianças: não as obrigue a respirar o seu fumo", "fumar pode reduzir a pressão sanguínea e causar impotência" ou "fumar pode prejudicar o esperma e reduzir a fertilidade".
Além das frases, os maços de cigarro não poderão denominar-se "lights", "ultra-lights", "mild" ou "ventil" ou fazer qualquer outra referência que possa levar o consumidor a pensar que o tabaco provoca menos malefícios. A entrada em vigor desta directiva faz com que até mesmo o velhinho "Português Suave" tenha de mudar de nome e perder a designação de "suave".
Isto está a fazer com que a Tabaqueira esteja a estudar novas campanhas de "marketing", como a oferta de carteiras para que os fumadores possam enfiar os seus maços e assim esconder os avisos.
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