Ex-presidente brasileiro arrisca uma pena que pode ser superior a 40 anos de cadeia após ter sido constituído arguido por tentativa de golpe de Estado.
O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que em março foi constituído arguido por tentativa de golpe de Estado e que arrisca uma pena que pode ser superior a 40 anos de cadeia, tem este domingo um dia decisivo em São Paulo, para onde convocou mais uma manifestação em defesa de uma amnistia política. O ato na Avenida Paulista, no coração da maior cidade do Brasil, tenta mostrar uma força que Bolsonaro ainda acredita ter e apagar o constrangedor fracasso da manifestação de três semanas atrás na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, também pedindo amnistia, onde ele estimou que reuniria mais de um milhão de pessoas, mas onde só apareceram 18,3 mil.
A manifestação deste domingo na mais famosa avenida da capital paulista é, praticamente, a última cartada que Bolsonaro pode dar na tentativa de mostrar força nas ruas para pressionar o Congresso a aprovar uma amnistia que o livre da prisão, e tem muita esperança de que, ao contrário do que aconteceu no Rio de Janeiro, o ato deste domingo em São Paulo mostre que não está morto politicamente e que ainda pode influenciar muita gente. Nas eleições de 2022, mesmo tendo perdido a presidência para Lula da Silva por uma escassa margem, Jair Bolsonaro foi o grande vencedor em São Paulo, tendo conseguido eleger a maioria dos deputados para o parlamento regional, e, na sua maior vitória, elegendo o atual governador, Tarcísio de Freitas, o seu ex-ministro e que quase ninguém conhecia no estado, mas foi eleito graças à influência política que o antigo presidente ainda tinha nessa altura.
Nas últimas semanas, o partido de Bolsonaro, o Partido Liberal, PL, desdobrou-se em esforços para evitar um novo fracasso de público, e organizou caravanas com seguidores de dezenas de cidades do estado de São Paulo e de outros estados para tentar lotar pelo menos parte da gigantesca Avenida Paulista, que tem quase três quilómetros de comprimento. Além disso, os organizadores do ato esperam contar com a adesão de pessoas que não são bolsonaristas nem se importam com a amnistia, bastante impopular no Brasil, mas são anti-Lula, que atravessa a pior fase da sua trajetória política e a maior reprovação de sempre.
Tanto Jair Bolsonaro quanto o PL já fizeram de tudo para convencer os partidos representados no Congresso a aprovarem um dos vários projetos em tramitação que visam amnistiar quer Bolsonaro quer os quase dois mil seguidores dele processados a 8 de Janeiro de 2023 terem invadido e vandalizado o parlamento, o palácio presidencial e o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, mas os líderes da casa legislativa não se têm mostrado muito receptivos dada a impopularidade da medida junto à opinião pública. Por isso, o ato da tarde deste domingo (início da noite em Lisboa) assume uma importância tão grande para Jair Bolsonaro, pois só uma forte adesão popular poderá fazer deputados e senadores, sempre atentos às ruas, mudarem de ideia e fazerem alguma coisa que livre o antigo presidente, de 70 anos, de passar os seus últimos anos de vida, atrás das grades.
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