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CP vende comboios ao Peru

As antigas automotoras ao serviço da Linha do Vouga, no distrito de Aveiro, transportam agora turistas... no Peru. Os comboios que a CP vendeu à peruana Crosland estão, desde Outubro do ano passado, a fazer a ligação três vezes por dia entre Ollanta, a última cidade inca ainda habitada, e Machu Pichu, uma das sete maravilhas do Mundo.

01 de fevereiro de 2010 às 00:30

As várias automotoras que asseguravam a ligação entre Sernada do Vouga e Espinho foram desactivadas em 2000, no âmbito da renovação da frota da CP. Actuando no sector ferroviário, a Crosland sabia da disponibilidade destes comboios e acabaria, em 2007, por comprar nove das dezoito unidades desactivadas, por 760 mil euros.

Construídos na ex-Jugoslávia, nos anos 60, estes comboios de bitola estreita correspondiam ao que a empresa peruana precisava para lançar a Inca Rail, responsável pela sua primeira linha turística. Ou seja, dispunham das características técnicas necessárias para circular nos carris de uma linha sinuosas e de curvas apertadas, típica das montanhas peruanas.

O traçado da via-férrea segue o percurso de um rio (Vilcanota), num trajecto de curvas muito fechadas e túneis estreitos, feitos a 40 km/h. Com preços entre os 27,80 euros (classe executiva) e os 48,65 euros (1ª classe), a viagem demora cerca de uma hora e meia e liga aquelas duas atracções turísticas.

As restantes automotoras foram, depois de recuperadas pela EMEF (uma empresa de manutenção), vendidas para Moçambique, onde já se encontram ao serviço, como adiantou ao CM o presidente da CP, Cardoso dos Reis.

Nos últimos cinco anos, o grupo ferroviário português destacou-se nas exportações, tendo vendido comboios usados no valor de cerca de 65 milhões de euros.

DISCURSO DIRECTO

"NEGÓCIO ATRAVÉS DO EMBAIXADOR", Juan Forsyth Rivarola, Presidente da Inca Rail

Correio da Manhã – Como se lembraram de vir a Portugal comprar comboios?

Juan Rivarola – Este tipo de material já não se encontra em praticamente parte nenhuma do Mundo. São comboios de brinquedo (sorrisos). Sabíamos que a CP os tinha (a empresa Crosland tem experiência no sector ferroviário) e fizemos o negócio através do embaixador de Portugal em Lima.

– Que alterações fizeram?

– Um decorador hoteleiro concebeu as alterações no interior e no exterior, entre as quais os assentos (em pele) e a abertura de janelas no tecto.

– Têm esta viagem integrada em algum pacote em Portugal?

- É um dos objectivos da minha visita. Já tenho reuniões marcadas para a poder disponibilizar nas agências de viagens.

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