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A mulher, o irmão dela e o amante dos dois

Encenador João Mota estreia peça dos anos 60 que conta história de um jovem amoral.

07 de maio de 2018 às 01:30

João Mota diz que conhecia - e gostava - da peça de Joe Orton "há muitos anos", mas que nunca a tinha "entendido como agora". A história de um jovem amoral, e perigoso, que cativa homens e mulheres, atraindo-os na sua rede de sedução indiscriminada e exploradora, é, no entender do encenador, "mais própria do que nunca aos tempos que correm".

"'O Hóspede' [que Orton escreveu nos anos 60] está cheia de podridão, e todas as suas personagens são profundamente corruptas", afirma João Mota, que encontrou nos atores Elsa Galvão, Hugo Franco, Carlos Paulo e Carlos Vieira de Almeida os veículos ideais para dar voz às inquietações do dramaturgo britânico (1933-1967). "Ao penetrarmos no universo da peça, entramos num mundo cheio de psicopatas que reconhecemos no nosso dia a dia, quer em Portugal, quer fora."

'O Hóspede', que foi feito pela primeira vez no nosso país por Laura Alves (mas com um final 'alternativo'), conta a história de Xavier, um jovem que arrenda um quarto na casa de uma quarentona chamada Catarina e que a seduz, ao mesmo tempo que seduz o irmão, Alberto. Amante dos dois, acabará por escolher aquele que lhe der melhores garantias de 'um bom futuro'. Pelo meio, assassina duas pessoas. "É um homem sem moral e que não tem redenção possível", conclui João Mota.

O espetáculo está em cena na Comuna, Lisboa, e é a primeira estreia da temporada em que o grupo celebra 46 anos de existência. Bilhetes de 5 a 10 euros.

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