O Brasil, a maior Pátria da língua portuguesa, continua numa imensa convulsão política e social, provocada pelo simples facto de ser uma democracia, ter uma imprensa forte e livre, uma elite política apodrecida por décadas de corrupção massiva; e leis avançadas, que nunca algum dos autores pensou passarem de letra morta. Lá como cá, tudo se precipitou com a crise global.
No grande Brasil, farol dos países emergentes da última década, a crise atirou milhões de famílias para um novo mergulho na pobreza. Os mecanismos democráticos ditaram o início de uma investigação judicial, Lava Jato, que mais parece um interminável novelo nas patas de um gato louco. A imperfeitamente chamada ‘delação premiada’ (de facto, colaboração com a Justiça) não pára de trazer novos dados sobre a doença de um país com uma elite política e financeira podre do tronco à folha.
Só falta o círculo da delação fechar com Lula a apontar o dedo à sua defunta mulher, a Deus ou aos porteiros do Palácio do Planalto, onde Sócrates foi recebido com afetos de grande compincha.
O problema é saber onde pára este saudável mecanismo de colaboração com a Justiça. Previsivelmente, os pobres porteiros do Palácio não terão mais ninguém a quem apontar o dedo. Lá como cá, a corrupção tornou-se endémica. Praticada do topo à base da pirâmide social.
Como seria inevitável, Temer já está a afundar-se no húmus de onde brotou. Depois de Temer, outros virão, com o mesmo temor de uma imprensa agressiva e de uma Justiça que cumpre a sua missão. Neste quente lodo tropical, onde todos os vírus crescem, perante o risco de desagregação institucional, Lula poderá ter a oportunidade de voltar ao poder. Acabar com o Lava Jato. E com a democracia.
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